MARIÑO PAZ, RAMÓN / SOUTO CABO, JOSE ANTONIO
Em 1626 Gregório de Lobariñas Feijó obteve licença do Consejo Real para proceder à publicação de uma Historia de Galicia em “lengua propia y natural gallega”, obra perdida e nunca editada. Nesse mesmo período elaborava uma cópia, parcialmente manipulada, da (denominada) Crónica de Santa Maria de Íria (Arquivo da Catedral de Santiago), que acabaria nas mãos de Tomás Tamayo de Vargas, cronista real de Castela, a quem a Sé de Santiago encomendou redigir um Memorial a favor da causa santiaguista na polémica do patronato de Espanha. Destacamos dois tipos de intervenções praticadas nesse traslado: por um lado, o facto de a obra ter sido fingidamente atribuída a João Rodrigues da Câmara ou do Padrom e datada em 1444; por outro, a sua modernização do ponto de vista linguístico adaptando-a à variedade de Crecente (Pontevedra), local onde nasceu e viveu o autor durante a maior parte da sua vida. Nesta obra, explorase a origem desse códice, custodiado atualmente pela Biblioteca Apostólica Vaticana, disponibilizam-se dados e argumentos que desmentem algumas conjeturas inconsistentes sobre a sua tradição